Companheiros e companheiras

A década de 80 foi perdida, com aumento do índice de inflação, crise econômica, o tal do “milagre econômico” ( altos aumentos do PIB) gerado pelo regime militar e pelo capitalismo dependente monitorado pelo FMI.

Começou a minguar com demissões em massa, agravando-se ainda mais as desigualdades sociais. Mas, para o movimento operário e sindical, foi uma década de muitos avanços da luta, da consciência e da organização dos trabalhadores, anos de greves gerais, anos que foram criadas Centrais Sindicais, contra o arrocho e pela democracia.

Existia a necessidade de travar a luta de idéias, pois no sindicalismo já grassavam idéias reformistas, economicistas, corporativas, muitas delas a serviço da própria burguesia.

Neste quadro, é que tivemos a ideia de criar um instituto para estudar as relações de trabalho, para formar os dirigentes sindicais sob a ótica classista, da luta de classes que se travava no Brasil.

Foi desta necessidade, que tomamos a iniciativa de criar o que denominamos Centro de Estudos Sindicais.

O CES jogou um papel fudamental, para municiar teoricamente o sindicalismo classista, a corrente classista no movimento sindical brasileiro .

Contribuiu para a elaboração do próprio programa de fundação da CTB; mas, tendo uma amplitude maior, promoveu cursos para muitas diretorias de entidades sindicais que eram filiadas a outras Centrais . O CES foi criado com esta idéia autônoma, embora dirigida pelos classistas.

Municiou e contribuiu com a formação no ESNA- Encontro Sindical Nossa América - onde teve um rico intercâmbio com a Escola Lázaro Peña da CTC- Central dos Trabalhadores de Cuba.

Por fim, quero colocar dois fatores:

1. Parabenizar a todos e todas que acreditaram nesta elevada tarefa e que sustentam o CES até hoje. Parabéns ;

2- A realidade hoje é outra, em todos os aspectos da luta de classes, política, econômica e de idéias; uma nova classe trabalhadora que não se encontra ainda enquanto classe para si; a situação é mais complexa hoje, a ofensiva , contra o trabalho e suas entidades de classe, é enorme; por isso, o CES continua mais do que nunca necessário, com resiliência e capacidade de se reinventar para continuar contribuindo com a formação classista dos(as) dirigentes sindicais.
Viva os 35 anos do Centro de Estudos Sindicais! Viva a Classe Trabalhadora!

João Batista Lemos
Presidente Estadual do PCdoB—RJ e Metalúrgico aposentado

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